01 dezembro 2008

Andaluzia – uma viagem, três motos

Uma provocação, um café ao final da noite – quase de véspera – e as coisas pareciam encaixar. Começar numa mariscada, continuar até mais abaixo, até ao “rochedo”, subir até ao berço das touradas e regressar por curvas e mais curvas de uma estrada ímpar, por entre povoações brancas, salpicadas pelas imponentes formações montanhosas que lhes sustentam.

Mas não começou assim. Nem sei como foi… isto das motos e dos "passeios e mais passeios" tem destas coisas. A provocação não teve adesões, tal foi o medo de molhar o Gore-tex…

Apanhando o navio almirante do Francisco, na Estação de Serviço de Olhão, lá fomos. Eu e a Sandra, o Francisco e Leta. Voamos baixinho até Puerto de Santa Maria. O Tiago e a Susana apareceram pouco depois, a velocidade ainda mais moderada, com um amigo que aproveitou a “desculpa” para fazer a rodagem da sua novíssima BMW 1200 GSAdv… desconfio que o encontraremos mais vezes…

O primeiro objectivo tinha sido cumprido: comer uns quilos de marisco cozido e umas doses de peixe e moluscos fritos no Romerijo, em Puerto de Santa Maria! Depois deste fabuloso almoço, a GSAdv regressou a Sevilha; a LT, a RT e a RS levaram-nos directos a La Linea de la Concepción, localidade fronteira a Gibraltar. Tinha pingado um pouco na viagem até ao Romerijo mas, com o cair da noite, também uma enorme chuvada nos acompanhou, que durou e durou… até La Linea. Chegámos ao hotel secos por dentro, com tempo para uma pausa e uma caminhada para uma excelente parrillada (as refeições deste passeio foram um dos pontos altos).

A noite passou e o dia acordou com uns raios de sol. Seguimos até Gibraltar e demos um giro pelo rochedo. Primeiro a pé, depois de moto. Dali seguimos até Ronda, pela Serra de Grazalema, as motos deitavam-se de curva em curva. O almoço foi feito num restaurante à beira da estrada: rabo de touro, javali e carne de porco foi o que comemos, regado por vinho da casa. Bem bom!

Chegámos a Ronda já a noite se tinha instalado. O frio era mais que muito! Aproveitámos para esticar as pernas até ao restaurante que o Francisco recomendou, com o vinho que o Tiago sugeriu e… mais um passeio para relaxar o “músculo” do estômago… Ronda à noite tem uma mística especial. Já se fazia tarde e o frio apertava. Como não encontrámos um bar “merecedor”, fomos para o Hotel. Como tinha lounge, mas o bar estava fechado, lá íamos à vez ao bar da esquina, que nos servia doses cavalares de tudo o que bebemos. Fez-se tarde… por entre uns logs no Fórum, lá demos finalmente com os lençóis.

O último dia reservou-nos uma visita a Ronda “by day”, especialmente à Praça de Touros e respectivo museu.

Quando decidimos seguir viagem, o Tiago seguiu com a Susana para Lisboa e os 4 “algarvios”, a menos quilómetros de casa, lá foram pelos Pueblos Blancos.

Foi pena algumas das estradas terem sido fechadas por causa da neve e gelo. Fomos forçados a regressar pela maravilhosa estrada por onde entráramos no dia anterior. Foram centenas de quilómetros de curvas, até Arcos de la Frontera, a última paragem monumental.

Atravessámos a fronteira já com a noite instalada.